sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A CHUVA

Já é tarde mas tem uma inquietude aqui dentro que precisa sair em letrinhas. Ouço um som bom, e outro , mais outro,... a música é um vício que me enche de energia, cria fantasias, traz lembranças, desperta sentimentos. O calor derreteu o sorvete que tomei, do asfalto via tudo turvo, tamanha quentura! A leseira veio à galope. Fez de tudo para me pegar...mas me safei! Cumpri com meus afazeres do dia e à noite me presenteei com uma visita à nova academia, recém reformada, linda, linda! Saudades deste espaço. Rever minhas colegas e a professora que eu adoro, exercitar o corpo, transpirar, fazer bater mais forte o coração, seguir o ritmo, respirar fundo, estar atenta aos movimentos, rolar na bola, me equilibrar, para no fim, alongar...relaxar...me fez bem. Na saída, nada melhor do que um belo banho de chuva. Destas de primavera que estalam ao cair no chão, que insistem tocar e refrescar o corpo de quem se permite nela entrar. Que molha, alivia e refresca! Sinto o cheiro da terra, do bosque, das flores da estação. Caminho sem pressa em direção ao meu lar. Por que olhamos para baixo ao andar na chuva? Permiti que ela me tocasse a face e senti o carinho a escorrer pela pele. Um toque único. Um momento. O contato com a natureza. Com a beleza...do som, da chuva, da noite em minha própria companhia.
Paty Z.

Experimenta: Tenho Sede - Gilberto Gil
http://www.youtube.com/watch?v=xFMuMDCoWKk

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

BOA SEMANA!


Que assim seja.
Paty Z.

domingo, 15 de novembro de 2009

O QUE VOCÊ FARIA???

Por conta de uma ansiedade grande que me deu procurando algo que possa fazer para me sustentar, rolei para lá e para cá no sofá da sala e não consegui dormir. Isso afetou o meu dia. Passei como um zumbi fazendo um esforço enorme para me manter atenta aos assuntos que se apresentavam. Pensei no quanto deve ser duro para o médico fazer plantão. Passar horas e horas acordado e atento ao que acontece aos seus pacientes e não cometer erros médicos. Em algumas profissões a responsabilidade pela vida do doutro é tão grande que não se é permitido o erro. Errar nesses casos é pior que a morte. E, como diz a minha mãe, para tudo na vida há um jeito. Só para a morte que não.
Mas não é sobre morte que vim falar aqui... é sobre vida. Ou melhor, qualidade de vida.
Morando em São Paulo é impossível não sair do sério com o trânsito dessa cidade! Tem de tudo: carro quebrado, caminhão que solta aquelas fumaças fedidas e escuras na cara da gente, gente que para em local proibido, que anda na velocidade inferior àquela permitida, gente que entra no carro para falar ao celular ao invés de dirigir,... E o trânsito piora com a nossa má educação. A tolerância também. A violência nessas horas agradece! O assaltante também.
Então fiquei numa ginástica cerebral tentando arrumar uma solução para esse caos que afeta a vida dos que nesta cidade moram ou trafegam por alguma razão. Sejam pobres ou ricos; homens mulheres homossexuais ou crianças e idosos. Quem é que nunca chegou atrasado num compromisso importante por causa do trânsito? Quem nunca se irritou com o motorista ao lado? Quem já sentiu dor de cabeça após dirigir ou vivenciar o trânsito na ida ou volta para casa? Já não há nem ao menos hora para o trânsito! Qualquer hora é hora.
Se você tivesse acesso a metrô ou ônibus bem próximos à sua casa/trabalho, você utilizaria esses meios de transporte com mais freqüência? Trocaria o carro particular por eles? Por que não aumentar a frota de ônibus e as rotas para eles trafegarem? E o metrô, seria tão bom ter uma estação a cada quarteirão como existe em Londres?
O que justificaria diminuir a frota de veículos particulares nas ruas da cidade para melhorar o trânsito? O meio ambiente, a sua saúde física e mental? Ou o tempo precioso que poderia fruir para fazer algo mais útil? O que você faria se ganhasse de presente o tempo que gasta no trânsito dessa cidade todos os dias? O que faria com ele?
Dormiria mais? Trabalharia? Usaria para se divertir? Para ler e escrever? Aprender? Criar? Cantar?Para ficar com a família? Para namorar? Estudar? Para participar de trabalhos voluntários e sociais?
Estou pensando em quem quero trazer para perto de mim...
E você?

Paty Z.

domingo, 8 de novembro de 2009

LENTE


Escrevi e apaguei. Dormi e acordei. Li. Sorri. Me belisquei.
Gosto de ouvir e preciso cantar. Fotografar o exato momento do agora que depois de tão intenso fica no pensamento. Fica o rosto atrás da lente observando. Fica a pergunta e o silêncio. Fica o cheiro do perfume e o volume da voz. Meu travasseiro. O barullho da chuva lá fora que molha a planta para a manhã iluminar a FLOR.