Li o artigo que saiu no site do Globo.com, na parte de Cultura, sobre a MPB ( Música para Baixar), assinado por Ricardo Collazans sob o Título “Evento em Porto Alegre dá novo significado à nova sigla MPB”, dia 27 de junho de 2009. Muito interessante e que me fez pensar, além de estimular a minha vontade de escrever sobre o assunto, que muito me interessa e no qual vivo observando, aprendendo e lapidando minhas opiniões.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/06/25/evento-em-porto-alegre-da-novo-significado-velha-sigla-mpb-756515249.asp, link divulgado por @christianbleffe no Twitter, por onde tive conhecimento.)
Sim! Como admiradora da nossa música popular brasileira, confesso ter ficado surpresa com o novo significado dado à essa sigla: MÚSICA PARA BAIXAR.
Digamos que não sou contra o download de música pela internet.Ainda não consigo downloadar, fere meus princípios mais íntimos! Mas confesso usar bastante o streaming de músicas e de vídeos e concordo quando dizem que este meio de divulgação cumpre muito bem com este papel proposto: o de divulgar. Tanto pela possibilidade de tornar mais democrática a divulgação – dando acesso à artistas de todos os portes e trabalhos de todo tipo e qualidade de se exporem de forma igual, possibilitando inclusive que eles exerçam e desenvolvam sua criatividade em outras áreas que não somente a da música e áudio visual. Quanto pelo acesso à cultura, obras, artes, música, oferecidos pela internet a quem já tem o privilégio de fazer uso deste acesso. Digo privilégio porque é fato que somente uma porcentagem muito ínfima da nossa sociedade tem acesso a internet. Banda larga então...nem se fala!
Deixo então aqui uma pergunta: Será que esse acesso à cultura pregado aos quatro cantos do mundo beneficia a que parte da sociedade?
Vejam algumas alternativas como resposta:
A todos os cidadãos brasileiros?
A uma pequena parte dos cidadãos brasileiros?
Somente a quem tem $ pagar banda larga e/ou acesso a um computador?
Aos mais carentes?
As respostas b e c estão corretas.
Mas...voltando, a internet possibilita o artista, compositor ir além e desenvolver habilidades em outras áreas, como o marketing, produção, estratégia, e etc...
Principalmente estratégia, na minha humilde opinião, pois com tanta oferta de trabalhos, essencial se torna viabilizar algo bem diferente que chame a atenção e seja capaz de atrair pela novidade da forma que escolheu para se expor tornando-se capaz de atrair a atenção de curiosos para conhecer sua arte, ao invés de buscar a arte de um outro.
Isso é uma tarefa bastante empreendedora e difícil de se alcançar.
Lembrando que muito se recria e raramente se cria algo realmente inédito e novo.
Outra coisa, ouço muita gente se colocar como favorável ao download mas poucos pensam de fato no compositor/ artista. O que parecem levar em consideração é mais o benefício do acesso à cultura pela internet.
Será que conseguiremos algum dia.pensarmos um pouco além disso?
Além de somente no nosso próprio interesse, como usuários e consumidores?
Podemos pensar também como cidadãos?
Estamos indubitavelmente mergulhando numa “Nova Era”, também chamada de Era Digital, Era do Conhecimento, Era da Informação.
Onde o escopo principal pregado é o acesso à cultura e a função social para o desenvolvimento humano. Acho muito nobre, humano e válido e confesso estar de pleno acordo com essa idéia. Mas precisamos refletir se o que está sendo “pregado” pelo governo, pelos bancos, empresas e sendo desejado pelo povo no mundo todo é de fato praticado no mundo real.
Será que é possível realizar esse acesso à cultura, cumprir a função social e o desenvolvimento humano levando em consideração também os direitos do autor/compositor/ artista?
Às vezes tenho a impressão de que raramente se pensa no lado do autor/compositor/artista de fato, quando se pensa em acesso à cultura e desenvolvimento social. Pois, apesar de muitos concordarem na importância da cultura, da divulgação das obras e espetáculos, poucos realmente se interessam e preocupam em patrocinar, em colaborar e contribuir na realização destas artes sem pensar somente e primeiramente no lucro que vão obter disso,mas no benefício social que essas artes e eventos possam trazer a toda a sociedade de uma forma geral.
Vejam, não estou dizendo que não é para se ter lucro. Estou somente dizendo que talvez o Real Interesse não seja o tão falado acesso à cultura, cumprimento da função social e desenvolvimento humano mas sim, tão e somente, o lucro provindo deste capitalismo viciado, doente e insano que vivemos.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/06/25/evento-em-porto-alegre-da-novo-significado-velha-sigla-mpb-756515249.asp, link divulgado por @christianbleffe no Twitter, por onde tive conhecimento.)
Sim! Como admiradora da nossa música popular brasileira, confesso ter ficado surpresa com o novo significado dado à essa sigla: MÚSICA PARA BAIXAR.
Digamos que não sou contra o download de música pela internet.Ainda não consigo downloadar, fere meus princípios mais íntimos! Mas confesso usar bastante o streaming de músicas e de vídeos e concordo quando dizem que este meio de divulgação cumpre muito bem com este papel proposto: o de divulgar. Tanto pela possibilidade de tornar mais democrática a divulgação – dando acesso à artistas de todos os portes e trabalhos de todo tipo e qualidade de se exporem de forma igual, possibilitando inclusive que eles exerçam e desenvolvam sua criatividade em outras áreas que não somente a da música e áudio visual. Quanto pelo acesso à cultura, obras, artes, música, oferecidos pela internet a quem já tem o privilégio de fazer uso deste acesso. Digo privilégio porque é fato que somente uma porcentagem muito ínfima da nossa sociedade tem acesso a internet. Banda larga então...nem se fala!
Deixo então aqui uma pergunta: Será que esse acesso à cultura pregado aos quatro cantos do mundo beneficia a que parte da sociedade?
Vejam algumas alternativas como resposta:
A todos os cidadãos brasileiros?
A uma pequena parte dos cidadãos brasileiros?
Somente a quem tem $ pagar banda larga e/ou acesso a um computador?
Aos mais carentes?
As respostas b e c estão corretas.
Mas...voltando, a internet possibilita o artista, compositor ir além e desenvolver habilidades em outras áreas, como o marketing, produção, estratégia, e etc...
Principalmente estratégia, na minha humilde opinião, pois com tanta oferta de trabalhos, essencial se torna viabilizar algo bem diferente que chame a atenção e seja capaz de atrair pela novidade da forma que escolheu para se expor tornando-se capaz de atrair a atenção de curiosos para conhecer sua arte, ao invés de buscar a arte de um outro.
Isso é uma tarefa bastante empreendedora e difícil de se alcançar.
Lembrando que muito se recria e raramente se cria algo realmente inédito e novo.
Outra coisa, ouço muita gente se colocar como favorável ao download mas poucos pensam de fato no compositor/ artista. O que parecem levar em consideração é mais o benefício do acesso à cultura pela internet.
Será que conseguiremos algum dia.pensarmos um pouco além disso?
Além de somente no nosso próprio interesse, como usuários e consumidores?
Podemos pensar também como cidadãos?
Estamos indubitavelmente mergulhando numa “Nova Era”, também chamada de Era Digital, Era do Conhecimento, Era da Informação.
Onde o escopo principal pregado é o acesso à cultura e a função social para o desenvolvimento humano. Acho muito nobre, humano e válido e confesso estar de pleno acordo com essa idéia. Mas precisamos refletir se o que está sendo “pregado” pelo governo, pelos bancos, empresas e sendo desejado pelo povo no mundo todo é de fato praticado no mundo real.
Será que é possível realizar esse acesso à cultura, cumprir a função social e o desenvolvimento humano levando em consideração também os direitos do autor/compositor/ artista?
Às vezes tenho a impressão de que raramente se pensa no lado do autor/compositor/artista de fato, quando se pensa em acesso à cultura e desenvolvimento social. Pois, apesar de muitos concordarem na importância da cultura, da divulgação das obras e espetáculos, poucos realmente se interessam e preocupam em patrocinar, em colaborar e contribuir na realização destas artes sem pensar somente e primeiramente no lucro que vão obter disso,mas no benefício social que essas artes e eventos possam trazer a toda a sociedade de uma forma geral.
Vejam, não estou dizendo que não é para se ter lucro. Estou somente dizendo que talvez o Real Interesse não seja o tão falado acesso à cultura, cumprimento da função social e desenvolvimento humano mas sim, tão e somente, o lucro provindo deste capitalismo viciado, doente e insano que vivemos.
Digo mais, se acham alto o valor pago ao autor por seus direitos, que discutam o quanto ao invés de tentarem expropriar o direito da classe artística usando como desculpas que o direito patrimonial do autor inviabiliza a realização dos negócios e do desenvolvimento cultural. Pois ao mesmo tempo eles se esquecem que sem a manutenção da pessoa humana que abriga a alma de um autor/compositor, não há que se falar em criação muito menos em obra, e nem mesmo em patrimônio cultural.
Este mesmo capitalismo que não nos dá tempo para gastar em entretenimento o que acumulamos de dinheiro, que não nos dá tempo para que possamos refletir sobre a qualidade de vida que levamos, que não nos dá tempo para muitas vezes fazermos o que realmente gostamos pois nascemos já preocupados em acumular riquezas para podermos ser enxergados e existirmos para os outros nessa sociedade insensível.
A criatividade assusta! Ela encanta. Toca. Dá vida. Faz pensar. Ensina. Contagia e abre novos horizontes e possibilidades de existência. Vamos pensar: a quem isso realmente interessa? Ao ser humano, certamente!
Portanto, cuidado autor, compositor, artista! Procurem analisar a quem realmente interessa toda essa facilidade digital oferecida e esses argumentos pregados atualmente.
Aqueles que pensam somente na arte em si e alegam que o dinheiro é uma conseqüência, o que concordo em partes na afirmação, pergunto:
Como este autor/compositor sobrevive, pagando suas contas, seus impostos, seu pão de cada dia, seus remédios, sua saúde, até que sua arte se firme no mercado?
Outra questão, se a internet já se mostrou um meio tão eficiente para a divulgação dos trabalhos criados pelos autores/compositores/artistas, como eles imaginam obter o acesso a este meio, se não for pagando para se ter acesso ao mundo digital e a tão falada rede mundial de internet?
Ainda é necessário ter algum dinheiro para participar e viabilizar tudo neste novo mundo social oferecido pelo meio digital e, ao qual grande parte da sociedade que mais carece de acesso, cultura e desenvolvimento está fora.
Por que a parte mais “fraca e numerosa” tem de abrir mão primeiro de seus direitos patrimoniais?Por que não abrem mão de tanto lucro primeiro o governo, as empresas e bancos se o real interesse é realmente propiciar o acesso à cultura, cumprir a função social e o desenvolvimento humano? Estas são algumas perguntas que martelam insistentemente o meu cérebro todos os dias e para as quais ainda não encontrei respostas. Alguém se habilita?
Vejam, não é porque o Radiohead ( só para exemplificar!) obteve grande sucesso na divulgação do seu novo trabalho quanto no retorno financeiro, quando liberou suas músicas para as pessoas ouvirem e deixou-as livres para comprar se quisessem, que todo artista que fizer isso vai ter o mesmo sucesso.
Inovar é importantíssimo!
Aqui, penso que alguns fatores foram importantes para a conquista desse mérito. E, dentre eles, indubitavelmente, a estratégia inovadora utilizada teve um imenso peso para o resultado final. Lógico que o Radiohead tem música de qualidade e estão na estrada há bons anos.
Imagine uma banda iniciante e com qualidade fazendo a mesma coisa...será que teriam o mesmo sucesso???
Cabe ainda ressaltar e com muito respeito, também, o trabalho da gravadora que o acolheu em outros tempos, há anos atrás, ajudando e contribuindo também para que eles fossem divulgados na antiga era industrial e petrolífera.
Assim, há muito o que se pensar ...mas há muito mais ainda a se realizar.
Estamos só no começo...
Então, aproveitei essa oportunidade que encontrei no meio digital para expor meus pensamentos e preocupações nesta seara da arte, cultura e função social que tanto me interessam, alegram e encantam. Trago algumas de minhas dúvidas, para que - quem sabe -outras pessoas se interessem pelo assunto e resolvam se manifestar ou até debater estas questões.
Paty Z.