quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O BROTO

Despontou silenciosamente
Em cima do balcão.
Queria nascer a qualquer custo
Observei as primeiras folhas verdes
Crescendo disparadamente no meio
Da cozinha.
Relutei em plantar
Duvidei da sua vontade de crescer.
Depois percebi que o medo era meu.
A natureza é sábia e indica o que deve ser feito.
Busco um vaso velho em cima do armário
Afofo a terra e planto a muda no centro.
Rego com água filtrada e cuido para essa cebola crescer.

Paty Zanzoti
Escrito em 08/08/10

domingo, 22 de agosto de 2010

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TOC TOC TOC
De onde emana o som?
O que o produz?
Por que?
Em que data e hora?
Qual a intensidade da força que o provoca?
Quanto estímulo percebe em seu tímpano?
Para onde isso vai?
Quanto temo dura?
Já passou?
É capaz de reconhecer se ouvir de novo?
Você ainda lembra?

Paty Zanzoti
Escrito em 23/07/2010

*.*

A escrita pode esperar. A fome não. Sem o alimento no estômago para energizar o resto do corpo não se pensa, não se lê, nem se escreve.

Fechado para almoço.

Paty Zanzoti
Escrito em 24/07/2010
Com todo o respeito ao desenvolvimento tecnológico - que eu também adoro! – fiquei feliz ao adquirir um caderno. Colocar para fora alguns pensamentos num momento à sós comigo mesma.
As idéias e pensamentos passam no meu cérebro em tantas partes que se somam como os alimentos que se misturam num liquidificador e o resultado eu provo nos momentos de descanso da ginástica que faz a mão com a caneta por entre meus dedos.
Pensei nos extremos mas me encontro no meio.
Os opostos existem mas não creio que sejam puramente eles mesmos. Há uma mescla interessante em cada ato do ser humano que se porta como um pêndulo, ora cá outra acolá, pois as vontades mudam o tempo todo e, por mais que umas prevaleçam sobre as outras, elas não predominam totalmente.
Pense em como se alimenta e o que você realmente gosta de comer. Pense também no que é saudável.
O que é saudável?
É o que faz bem ao corpo. OK, mas não dá para comer o tempo todo só o que é saudável. Temos vontades. Tem hora que o paladar está para o sal, outras para o açúcar, para a gordura ou para a pimenta,... e o mesmo se dá para a maioria das coisas que consumimos.
Esta DIVERSIDADE nos permite saborear uma parcela da totalidade. É na diversidade e na ADVERSIDADE que percebemos o valor das coisas; o suspiro de pensar como é bom perceber a diversidade, a existência de muitos atos, coisas, vontades, pensamentos, sabores, sons, sensações e da razão, da lógica.
A dificuldade está justamente em encontrar o MEIO TERMO; a encontrar um caminho que EQUILIBRE os opostos; ser capaz de HARMONIZAR situações sabendo bem quem somos e o que queremos agora, mas também RESPEITANDO quem ou aquilo que é diverso disso.
Respeitar no sentido de ser capaz de COMPREENDER a posição oposta sem necessariamente ter de aceitar para si a mesma condição e, sem também IMPOR que um dos extremos prevaleçam.
Ser capaz de CONVIVER. Conviver no sentido de viver com as diferenças e não se derrotar ou derrotar o outro.
Impor o tempo todo, mandar o tempo todo, ganhar o tempo todo, derrotar o tempo todo é VIVER PARCIALMENTE, conhecer só um lado da situação quando temos dentro de nós a CAPACIDADE de “viver inteiro e não pela metade” como escreveu Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto na musica Comida - Titãs.
TER E SER!
Sabedoria. :-)
Paty Zanzoti
Escrito em 23/07/2010