quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Contagem regressiva para a virada da ampulheta!

Acabo de ler a revista Cláudia que peguei emprestada na casa da minha mãe. Adorei as matérias que li lá. Especialmente a da Senadora Marina Silva e, confesso ter ficado muito orgulhosa desta brasileira. Uma mulher batalhadora mas principalmente de realizações importantes que vou fazer questão de acompanhar com bastante atenção e respeito.
Lembro-me de acompanhar os capítulos de um documentário que vi sobre os índios há muitos anos atrás no qual mostravam uma comunidade indígena, seus comportamentos e tradições... o ritual para a caça, os banhos nos rios, a construção da maloca, seus hábitos alimentares, os cantos, as consultas feitas ao pajé, o artesanato e até o parto de uma índia na beira do rio! Uma das coisas mais lindas e emocionantes que já assisti na TV (Cultura, acho) até hoje.
A natureza me encanta tanto quanto o comportamento dos seres humanos, assim como a visão das estrelas com a lua no céu e todos os outros planetas integrantes deste universo infinitamente admirável. Sem falar das nuvens tranquilamente a vagar para lá e para cá... Da força do vento, o estalar da chuva e o calor que emana da grande bola de fogo chamada sol.
E lá vai mais um ano. Passou tão rápido! São sempre os trezentos e sessenta e cinco dias, às vezes um dia a mais, mas como oscila o tempo! O mesmo minuto que parece durar segundo e outras vezes uma eternidade. Tão valioso. Sempre um presente, passado ou futuro. Nada parece ser exato apesar de estarmos sempre escolhendo por este ou aquele. Assim foi comigo este ano. Colhendo os frutos das ações praticadas no passado recente e longínquo, mas também semeando outras sementinhas para os próximos segundos, minutos, horas, dias e anos que virão pela frente.
O ano de 2009 iniciou com um sonho que tive na praia. Um sonho esquisito onde eu estava de ponta cabeça... e a minha vida virou literalmente de ponta cabeça! Uma novidade atrás da outra. Dificuldades que me ajudam a ver as coisas sob um enfoque diferente e enriquecedor. Elas me fazem sentir a felicidade com mais intensidade como também mostram que nada é igual o tempo todo e que posso superá-las com calma, persistência, sabedoria, consciência e amor. Sonhei também, àquela época, com uma flor que mais parecia um abacaxi rosado e congelado pendurado numa árvore do tipo araucária... coincidentemente passei a observar as flores e seus perfumes com mais atenção. Cheguei até a retratá-las e postá-las por aqui, mesmo sem ter preparo para fotografar.
Voltei a estudar, a delegar mais, a fazer doces, a experimentar mais, cantar e arriscar outros caminhos... Fiz novas amizades, reencontrei amigos antigos queridos, conheci a minha linda e nova sobrinha! E convivi com a minha iluminada e grande companheira Lua, por quem meu amor é infinito. Que me ensina coisas que sozinha jamais seria capaz de perceber e aprender. Que colore a minha vida nos momentos preciosos do dia a dia; com a voz mais doce que já ouvi. Geralmente com um olhar atento e de descoberta, de encanto, leveza, atenção, sensibilidade, bondade e paz.
Também viajei para longe e para perto pela internet que é capaz de proporcionar um mundo virtual cheio de possibilidades e escolhas, produzidas pelas mãos/vozes e letrinhas tecladas de outros seres... ora cantando, ora refletindo, sorrindo e até mesmo somente observando. Ora causando indignação, surpresas, gargalhadas... Ora debatendo, ouvindo, assitindo... aprendendo e vivendo... experimentando uma forma nova de relacionamento e conexão com o mundo. Um mundo virtualmente possível, com suas verdades, bondades, maldades, mentiras... com sua ética particular, regras próprias que vão surgindo aos poucos e uma privacidade ilusória infestada de curiosidades, sonhos, fantasias, esperanças e ilusões mas também de realidades.
Vamos ver o que 2010 nos reserva...
Paty Z.

Experimenta:
Os anjos de Wiona, de Aurio Corra
Devotion Music from a Celtic Legend

O CD todo é maravilhoso!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E POR FALAR NISSO...

Escrevo no caderno, com as folhas de ponta cabeça, pensamentos/sentimentos que afloram de dentro como as lavas do vulcão.
Sinto você como o ar que respiro e que não pode faltar, que me acompanha por todos os lugares onde passo, que entende as minhas necessidades e é capaz de adivinhar até os meus pensamentos.
Te leio. Encontro tantas coincidências... e as coisas passam a fazer sentido. Um sentido que ninguém parece ver ou entender. Mas eu sinto e acredito. Como nunca me ocorreu na vida. É mágico!
Entretanto, real. Abstratamente possível e concretamente plausível.
É tudo tão bom que me pergunto se mereço tanto. Me questiono se também sou capaz de proporcionar essa imensidão de energia positiva, latente e incessante. Se essa sensação é tão gratificante, emocionante e imensurável, será que pode ser também tangível? Ou será que tornar uma fração disso em algo palpável seria como ignorar todo o universo existente e sentido? Por que insisto em ter algo tão irresistível e forte que está muito além do ser? De onde vem esta tamanha intensidade que movimenta a minha vida, revoluciona todo o meu ser e me ajuda a mudar o meu redor? Com quem falo em silêncio? Como a ausência de palavras é capaz de não influir na comunicação?
Por onde vou te levo comigo. A conexão existe. Isso é fato.
Pronta para iniciar a minha nova “Primavera”.
PatyZ.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O PAPAI NOEL

Em pleno dia de Natal, num almoço em família...de uma pequena família aliás, entre um prato e outro de comidas, um assunto emenda no outro, fala-se de crianças, especialmente de filha e sobrinha, de educação, hábitos, valores, ascendência e descendências... constituição física, lembranças de família... Lembro do meu avô.
O único que conheci. Um homem simples. Alto, calvo, de bigode e cabelos negros, pele branca e um nariz bem desenhado. De traços delicados mas com um jeito de falar meio rude, com um coração imenso. Me contava estórias. Não dessas lidas nos livros de contos de fada mas as que ele inventava com os elementos que tinha de suas vivências e andanças por esta cidade. Um homem com alma de menino. Traquinas! Divertido.
Adorava a natureza e os animais! Tinha tudo em seu quintal. Bananeiras, goiabeiras, seringueira, pessegueiro, laranjeira, cenouras, alfaces, muitas flores. Até a perfumada dama da noite! Acolhia os bichinhos. Desde os pombos e pardais que por lá passavam e botavam seus ovos num imenso gaiolão aberto e democrático, como também os coelhinhos de olhos vermelhos e pelos branquinhos e os marronzinhos. Tinha preás, patos, gansos, tartarugas e galinhas. E o cachorro salsicha velhinho e quase cego que vivia acompanhando minha avó para lá e para cá. Um lugar mágico para mim! Onde eu podia realizar os meus sonhos de menina pelas mãos do meu avô. Tomei muito banho de mangueira, enfiei o pé no formigueiro, derrapei de carrinho de rolimã que ele construiu para eu descer a ladeira de paralelepípedo ao lado de sua casa. Inúmeras vezes me balançava debaixo da seringueira, com toda a paciência do mundo, e orgulhoso de ver o sorriso no meu rosto de ir e vir naquele balanço improvisado com uma corda e um pneu velho. Como eu gostava daquilo! Ia tão alto que chegava a ver o quintal da casa da vizinha. Uma portuguesa que plantava rosas.
Pegar carona com ele para qualquer lugar era uma aventura! Ele olhava para todos os cantos menos para frente. Ainda ouço os sons que a minha avó emitia no banco do passageiro do fusca azul, às vezes de susto outras de aflição ou desespero pelas barberagens que ele fazia no trânsito. Os dois discutiam e eu ria. Ele nunca admitia as bagunças que fazia. Mesmo assim, ele foi por algum tempo o motorista de uma Kombi que levava e trazia as crianças da escola. Elas nunca se acidentaram com ele na direção. Só eu uma vez que tive os meus dedos prensados na porta da Kombi e nunca vi meu avô tremer tanto... seus olhinhos eram pequenos mas naquele dia ele os arregalou de uma forma indescritível. Senti a dor nele. Coitado!
Meu motorista preferido. Me levava ao ballet três vezes por semana, às oito da manhã. Para isso, atravessava a cidade, da zona norte a zona sul. O mais legal era poder dirigir enquanto ele acelerava! Virava a direção para lá e para cá, me sentia gente grande. Gostávamos de buzinar. Eu e ele.
Me levava na feira para comer pastel e ia me apresentando as frutas as verduras, as saladas, os peixes. Queria que eu experimentasse de tudo.
Vez em quando, depois de muito insistir com minha mãe, ele me levava para a escola.
Entrava naquele colégio lindo! Perfumado de eucaliptos, coloridos com azaléias de todas as cores e pinheiros por todos os lados. Estacionava perto do campo de futebol, ao lado da capela com a estátua de São Franciso. Delicadamente me ajudava a descer do carro e carregava a minha lancheira até o galpão próximo de minhas outras coleguinhas.
Meu coração ficava apertado! Era tudo tão divertido quando estava ao lado dele que ficava difícil dizer tchau. Meus olhinhos se enchiam de água e abraçava ele forte para não ter de desgrudar. Ele ficava desmontado. Olhava para mim com uma cara meio de “Sullivan” e me levava com ele para o parque para ver o monjolo que moía o milho, os peixes no lago do parque Alfredo Volpi. Tomávamos um picolé, ou então comíamos pipoca. Depois, voltávamos para casa, no final da tarde. Minha mãe preferia me levar para a escola. Ela devia desconfiar quando ia com ele para a escola.
Conforme fui crescendo, além das estórias, ele me ensinava palavras em italiano. Fazia perguntas de adivinhação, falava de variedades e curiosidades em todos os assuntos e adorava contar piadas! Também me ajudava a subir na amoreira em frente da minha casa para colher amoras. Dava palpites na comida que a Dona Júlia preparava deliciosamente e a deixava irritada. Não poupava esforços para defender o netinho das brigas que arrumava nos jogos de futebol com os vizinhos. Assobiava canções antigas e cochilava depois do almoço aos domingos. Levava a minha avó em todos os rituais religiosos. Budistas, espíritas, católicos,... mas não tinha paciência de assistir culto algum. Preferia jogar dominó. Vivia tirando ela do sério. Brigavam e se amavam com a mesma intensidade. Não bebia e nem fumava. Sofria do coração e por isso nunca ia conosco para a praia nas férias. Se sentia mal no litoral. Foi internado algumas vezes mas nunca perdeu a alegria e se fazia de forte. Não suportava deixar a gente preocupado. Lembro-me uma vez que voltei de férias e ele estava banguela. Fiquei horrorizada! Ele me disse que havia subido no telhado para consertar as telhas e ao descer havia caído da escada. Hoje, meu primo Marcos desmentiu o ocorrido. A verdade foi que ele era muito curioso e estava sempre querendo ajudar os outros. Assim, viu um tumulto e se aproximou para apartar a briga no bar ao lado da casa dele. Acabou apanhando e ficou sem os dentes. Numa outra vez, voltando pela estrada com minha mãe e avó, viu um acidente com muitas vítimas e não pensou duas vezes: parou, fez as duas descerem, encheu o carro de feridos e os levou ao hospital. Esse era o meu avô. Foi de tudo um pouco na vida. Padeiro, carpinteiro, perueiro, contador de estórias,... morreu num dia de janeiro em pleno verão enquanto eu curtia as férias na praia. Voltamos tristes pela estrada quente num carro lotado de bagagens e gente. Ele era o meu Papai Noel 365 dias por ano.

O PRESENTE é a presença mesmo que seja em mente.

Feliz Natal!
PatyZ.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Tum...♥♥ Tum!



O que te faz "Tum...♥♥ Tum" ???

sábado, 12 de dezembro de 2009

O BOLO DE BANANA



Recebi de uma amiga e vizinha a receita de um bolo de banana que fiquei louca de vontade de experimentar. Há tanto tempo não fazia um doce... Adoro doces!
Sabe aquela música da Marisa Monte? “Não é Proibido”
Me faz lembrar dos mousses de chocolate, das tortas de limão, dos pudins de leite condensado, mas também dos brigadeiros e dos bolos que preparava na casa da minha mãe quando era solteira.
Li e reli a receita e todas as dicas escritas pela Harumi. Tomei coragem e me dirigi à loja de produtos naturais e ao supermercado para comprar os ingredientes, acompanhada da minha adorável Lua. Na saída da loja, como um presente inexplicável, veio em nossa direção uma criança que se aproximou da Lua para brincar.

Impossível não simpatizar com quem é capaz de fazer a minha filha sorrir!
Saíram os dois saltitando a brincar pelos corredores do shopping. E eu atrás deles, apreensiva de os perder de vista e apressada para voltar para casa e fazer o tal bolo de banana com canela.
Em seguida uma voz lá dentro da minha mente cogitou... “cadê os pais desse menininho tão pequeno?!” Olhei para os lados , para a frente e para trás,...perguntei às pessoas ao meu redor se alguém ali conhecia o menino ou estava responsável por ele. Ouvi vários sonoros “Não”. Fiquei assustada. Uma criança tão doce e simpática abandonada ali??? Não era possível! Tratei de chamar o segurança para me ajudar a encontrar os pais daquele menino e me surpreendi quando o vi correr e ir encontrar seus pais no final daquele longo corredor, em frente a árvore de Natal. Respirei fundo de alívio. Fui lá me apresentar aos pais daquela criatura encantadora e que, de encantador também tinha o nome: “Cauã”.
A empatia foi grande com os pais do Cauã também. Artistas iluminados, trabalhadores, seres humanos da Cidade do Sol lutando para realizar o sonho de viver nesta selva de asfalto cinzenta e endinheirada chamada São Paulo.
A riqueza desta vida não está no dinheiro mas nos amigos que fazemos, nas risadas compartilhadas, nos abraços apertados e cheios de saudades, na energia que se troca pelo encontro do olhar de quem amamos, nas palavras de conforto e carinho, em cada música composta tocada cantada, no sorriso de quem nos faz bem, no sentimento descrito em cada linha de uma poesia, no retrato de um segundo vivido em algum momento do passado e até mesmo na força do silêncio.
Experimentar!
E com esse intuito, me permiti conhecer essas pessoas, conversar, expor pensamentos, apreciar e aprender com a vivência deles. Depois de muita correria até conseguir pegar a Lua, voltei para casa e fizemos o tal bolo.
Tudo ficou mais gostoso! A começar pelo aroma de canela que tomou conta do ambiente. A massa cresceu e ficou fofa. Minutos depois foi a vez do alarme avisar que o tempo de forno havia acabado e que, portanto, já era hora de retirar aquele doce aromático e repousá-lo num prato adequado para enfim degustá-lo com toda a vontade e prazer que alguém pudesse ter. Assim o fizemos. Eu e a Lua.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CONTINUE A ESTORIA...



OU CONTE OUTRA!

Bom fim de semana.
PatyZ.