
Recebi de uma amiga e vizinha a receita de um bolo de banana que fiquei louca de vontade de experimentar. Há tanto tempo não fazia um doce... Adoro doces!
Sabe aquela música da Marisa Monte? “Não é Proibido”
Me faz lembrar dos mousses de chocolate, das tortas de limão, dos pudins de leite condensado, mas também dos brigadeiros e dos bolos que preparava na casa da minha mãe quando era solteira.
Li e reli a receita e todas as dicas escritas pela Harumi. Tomei coragem e me dirigi à loja de produtos naturais e ao supermercado para comprar os ingredientes, acompanhada da minha adorável Lua. Na saída da loja, como um presente inexplicável, veio em nossa direção uma criança que se aproximou da Lua para brincar.
Impossível não simpatizar com quem é capaz de fazer a minha filha sorrir!
Saíram os dois saltitando a brincar pelos corredores do shopping. E eu atrás deles, apreensiva de os perder de vista e apressada para voltar para casa e fazer o tal bolo de banana com canela.
Em seguida uma voz lá dentro da minha mente cogitou... “cadê os pais desse menininho tão pequeno?!” Olhei para os lados , para a frente e para trás,...perguntei às pessoas ao meu redor se alguém ali conhecia o menino ou estava responsável por ele. Ouvi vários sonoros “Não”. Fiquei assustada. Uma criança tão doce e simpática abandonada ali??? Não era possível! Tratei de chamar o segurança para me ajudar a encontrar os pais daquele menino e me surpreendi quando o vi correr e ir encontrar seus pais no final daquele longo corredor, em frente a árvore de Natal. Respirei fundo de alívio. Fui lá me apresentar aos pais daquela criatura encantadora e que, de encantador também tinha o nome: “Cauã”.
A empatia foi grande com os pais do Cauã também. Artistas iluminados, trabalhadores, seres humanos da Cidade do Sol lutando para realizar o sonho de viver nesta selva de asfalto cinzenta e endinheirada chamada São Paulo.
A riqueza desta vida não está no dinheiro mas nos amigos que fazemos, nas risadas compartilhadas, nos abraços apertados e cheios de saudades, na energia que se troca pelo encontro do olhar de quem amamos, nas palavras de conforto e carinho, em cada música composta tocada cantada, no sorriso de quem nos faz bem, no sentimento descrito em cada linha de uma poesia, no retrato de um segundo vivido em algum momento do passado e até mesmo na força do silêncio.
Experimentar!
E com esse intuito, me permiti conhecer essas pessoas, conversar, expor pensamentos, apreciar e aprender com a vivência deles. Depois de muita correria até conseguir pegar a Lua, voltei para casa e fizemos o tal bolo.
Tudo ficou mais gostoso! A começar pelo aroma de canela que tomou conta do ambiente. A massa cresceu e ficou fofa. Minutos depois foi a vez do alarme avisar que o tempo de forno havia acabado e que, portanto, já era hora de retirar aquele doce aromático e repousá-lo num prato adequado para enfim degustá-lo com toda a vontade e prazer que alguém pudesse ter. Assim o fizemos. Eu e a Lua.
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