terça-feira, 28 de julho de 2009

BROTAR




Já se pode ver
os brotos tímidos nascendo
no caule das rosas brancas
que repousam belamente
na água limpa e doce
do vaso transparente.
Vou plantar e cuidar
para que uma roseira forte
e viçosa possa florescer.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PRISÃO DOMICILIAR

Eu li a previsão do tempo e acreditei que is ter sol hoje. Ledo engano! São extamente 16:10hs e o tempo está nublado. Cada vez mais nublado. A impressão que tenho é que vem chuvas e trovoadas, tantos raios e trovoadas que é capaz de haver um dilúvio.
Um dilúvio que nem a Arca de Noé seria capaz de navegar.
Mas enquanto a chuva está branda, te digo que é um pesadelo tentar sair de casa!
Sim. Há tantos chicletes pela calçada que não se tem como andar pelas ruas sem acabar se deparando com eles. Mesmo quando tento ser paciente e insistir em sair de casa acreditando que desta vez vou me divertir, que desta vez haverá sol no meu dia. A alegria dura muito pouco. E, quando vejo o chiclete já grudou no meu pé e eu me atraso para is para o meu passeio. Ainda assim insisto porque acredito no meu sonho, no que me faz bem. Pego o carro e saio dirigindo. Mas aí vem uma moto e corta a perua que trafega na minha frente. Quase bato o carro e entro com a cara no vidro. Respiro fundo e continuo o meu trajeto de carro. De repente, o trânsito fica lento, lento demais! Os minutos passam como flashes pelo relógio. Nada ouço além dos meus pensamentos que agora se embaralham porque a hora passa e eu tenho medo de não chegar a tempo no meu destino para enfim passear. Respiro fundo, me concentro no meu propósito. Sigo em frente com lentidão mesmo. O ponteiro do relógio continua andando, fazendo um Cooper e, finalmente consigo estacionar o carro. Corro ao guichê para comprar a minha passagem para o meu destino tão desejado. Mas descubro que não há mais tempo e nem bilhete. E assim percorro todos os guichês e em nenhum deles existe a possibilidade que tanto procuro de partir neste momento. Fico desnorteada. Respiro fundo. A revolta cresce dentro de mim como um gigante e a ira de um dragão toma o meu interior. Sinto vontade de berrar e as lágrimas enfim, jorram mais uma vez. Volto para casa rodeada de carros por todos os lados. Motos também. No silêncio dirijo Deixo a incumbência de fazer barulho para a realidade lá fora.
Entendi bom que não tenho poder de escolhas. Entendi que nada decido. Entendi que nada realizo. Entendi que não existe democracia. Que somos um rebanho, que nada podemos. Ou então que somos apenas marionetes, sambando para lá e para cá, sem saber porque , como ou quando. Entendi que sou só mais um bobo na corte.
Experimente:
“E a dona aranha subiu pela parede...”

terça-feira, 21 de julho de 2009

Considerando...Desconsiderando...

Concordo que todos perdem com essa “briga” sobre o recolhimento ou não dos direitos autorais. Mas acho que não dá para a gente generalizar. Tem que estudar caso a caso... Há quem diga simplesmente que esses direitos autorais não vão para o autor e que o custo alto cobrado inviabiliza os projetos... mas eu vejo isso como um desrespeito ao trabalho do autor/compositor, porque no fundo eles parecem querer somente economizar nos “gastos” e não enxergam o valor real da arte. Estou errada? Quero aprender, entender, conhecer!
Se questionam o modus operandi do ECAD , nisso nada tenho a declarar porque não analisei o suficiente para ter argumentos favoráveis ou desfavoráveis. Mas deixo a pergunta a quem deve pagar os direitos autorais e que não o que fazer diretamente pelo ECAD seja pela razão que for, por que então não repassam os D.A diretamente aos autores e compositores??? Talvez isso seja cada vez mais possível se caminharmos para a forma independente de se produzir arte, com cada vez menos intermediários, conforme sugere o MPB.

( vou me inteirar sobre esse movimento depois escrevo mais e com calma!)

Lembre-se que nem todo autor/compositor interpreta suas obras e faz shows. Assim questiono: Qdo o autor ficar velhinho ou por alguma razão... não puder ou quiser fazer shows, do que ele vai viver? Seja pouco ou muito o direito dele EXISTE em lei. O que ele vai fazer com isso ou se a quantia é pouca ou muita não é questão de ninguém a não ser do próprio autor/compositor.
Considerando que neste país a gente não pode contar com o auxilio do governo para se viver com um mínimo de dignidade... Ou alguém discorda disso???
Considerando essa Nova Era Digital...onde as bandas estão cada vez mais independentes, esse $ que entra de direito autoral pode servir ...para ser reinvestido em novas criações pelo e para o próprio autor/compositor já que cada vez menos contarão com parcerias de grandes gravadoras para investir em suas criações Ou pensando que as gravadoras atendem poucos artistas e que a grande maioria faz independente. E considerando haver cada vez menos intermediários nas relações entre o artista/autor/compositor e seu público.


..O investimento na exteriorização da arte é inevitável! Só assim ela se divulga aos sentidos de quem a aprecia. Então, não vale a pena pensarmos nessa hipótese? Contando que vivemos ainda numa sociedade corrupta, capitalista, imediatista e consumista? Levando em conta também que cada vez mais somos oprimidos por uma realidade que não nos permite ter consciência do real estado de miséria que nos encontramos como seres humanos.
Joguem seus balões coloriodos ao ar, vamos apreciar o resultado que vai dar!
Estou esperando...

domingo, 19 de julho de 2009

DISTRATO




Um depoimento:

“Hoje Ele pediu que eu me matasse. Assim eu faria algum bem à humanidade.

Resolvi refletir sobre o assunto...

O que fiz de errado? Onde estou errando? Com quem erro?
Por que fiz errado? Como fazer diferente?
O que é fazer o bem? O bem e o mal são iguais em todo o canto?
O que é bom para mim é para você também?

Achei de um comodismo absurdo esse pedido!
Porque se a vontade dele é a de que eu suma ou morra, por que não se afasta de mim ( como já propus)? Ou me mata e pronto.
Não quero ninguém sofrendo ao meu lado.
Liberto!

A vontade que eu morra é dele. Não minha!
Vou morrer por outra causa.

Vai ser feliz e não enche o meu saco. Eu também quero PAZ.
Quero amar em PAZ.
Não venha apontar o dedo para cá.
Enxergue-se!
Quando vai ser capaz de assumir sua omissão?
Já dei minha cara à tapa por Ele mais do que devia.

Então é assim: se der certo Ele leva as palmas e se der errado eu tomo o nabo?
Tanto me chamou de louca que eu até cheguei a desconfiar que isso fosse verdade.
Mas LOUCO é quem me diz e não é FELIZ!
Digo mais...
Não sou capaz de me fazer esse mal. Gosto de mim. Assim...assim mesmo. Com meus conflitos, fragilidades, defeitos e meus abismos. Como sou. Mesmo sem saber ao certo o que sou ou quem sou. Ou se sou ou se serei algo hoje ou um dia. Se sou bem ou mal, não sei. Sei que me esforço. Mas talvez para Ele isso nunca seja o suficiente. Dane-se!
Esse é o meu limite. E o nosso FIM.”
Assinado: Amelia Geni

Carpe Diem!


Experimenta:
A Rosa + Trocando em Miúdos - Chico Buarque

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O AMOR É UMA COMPANHIA*


O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível
faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo
Tempo gostar bem
de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela
é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a
E sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo,
não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer
força que me abandona.
Toda a realidade a olha
para mim como um girassol
com a cara dela no meio.

*Mensagem, Poemas Completos de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O QUE ESTOU LENDO

“Silenciosa força interior, isso é o que têm as mulheres. Uma força discreta que, sem alarde, alimenta seus gestos de coragem e, tantas vezes, permite que conservem a cabeça erguida nas circunstâncias mais duras.”

Extraído do Prefácio “A Silenciosa Força das Mulheres”, escrito por Marina Colassanti para o livro Resistência – A história de uma mulher que desafiou Hitler, por Agnès Humbert.

sábado, 11 de julho de 2009

SOS

Vou me afogar no meu próprio mar.
Desbotar o verde que se enfraquece de tanto querer.
Alastra a dor como um vento.
Desorganiza meus gestos,
Leva-me à cama,
Cerra a cortina,
Torna-se noite o meu dia.
Faz chover em silêncio.
Do sonho doce nasce o desgosto.
Abraço a saudade que me invade como a principal companheira.

Quem dera meu músculo parasse de pulsar
Que necessário fosse agora só expirar
E o cérebro não tivesse mais que pensar
Nem as mãos tivessem que escrever
Nem as pernas a andar
Nem a boca a falar
Não sei a forma do sol
Mas a terra gira e eu fico aqui a divagar

EXPERIMENTA:
Pink Floyd "Comfortably Numb"
http://www.youtube.com/watch?v=0wtiNzci1Wc&feature=related

quinta-feira, 2 de julho de 2009

EU FUI

Ontem eu fui no “#Fora Sarney”, manifestação divulgada no Twitter, com grande adesão de pessoas na forma virtual de se protestar sobre algo que não concordam.
Verdade que na realidade, lá na Paulista, tinham poucas pessoas. Umas 50...talvez 100 devam ter passado por lá. Umas mais tímidas, outras curiosas, ...teve quem fosse para tirar foto com celebridade e teve quem foi a fim de se expressar sobre a realidade brasileira. Não estou aqui para julgar quem foi. Estou apenas descrevendo as minhas impressões sobre o que vivi naquele dia e momento.
Confesso que convidei alguns conhecidos mas a verdade é que fui só. Entendi naquele momento que para me manifestar não preciso de ninguém a não ser de mim mesma. Da minha boca, de minhas pernas, da minha mente e do meu coração.
Cada um com seus motivos, mas eu sei bem que cada vez mais tenho menos gente com quem contar. Quem sabe esteja totalmente só!
Fui lá...porque me ENTRISTECE MUITO:
ler nos jornais que o barranco caiu, levando um amontoado de tábuas chamadas de “casa” e matou pessoas...
que a maior parte da população não deve andar nem de ônibus e sim a pé...
que tem gente no sertão vivendo de forma escrava...
que não se vivem com dignidade recebendo somente um salário mínimo...
que tanta gente sofra e morra nas filas dos hospitais públicos a espera de atendimento e cura...
que não tem emprego para a maioria das pessoas...
que ainda temos crianças morrendo de inanição...
que no inverno há ainda quem morra de frio...
que não há escolas e professores suficientes para tanta gente que precisa aprender...
que o professor seja tão desvalorizado e desrespeitado neste país...
que quanto mais uns poucos têm, menos eles querem dividir...
que quanto mais se rouba, menos se distribui para quem precisa...
que quanto mais corrupção houver, menos chances de sobreviver neste país haverá...
que a dignidade é uma jóia rara e em vias de extinção neste país
que tem pouca gente se interessando por cidadania...
que tem quem roube e até mate para sobreviver enquanto não administram bem o dinheiro público...
Não conheço o Sarney como pessoa. Mas tenho lido a respeito de sua trajetória na política do nosso país. Lembro-me bem de vê-lo na TV quando pequena... no luto que se chorou pela morte do Tancredo... Imagino que a tarefa daqueles que estão no poder com a função de administrar este país não seja nada fácil. Tantas alianças, negociações,...fico até me perguntando se nestas horas eles se esquecem ou continuam a se lembrar que o Brasil não é um mero nome, composto de letrinhas mas formado de seres humanos, de carne e osso, que respiram e sentem na pele as consequências de tudo o que eles fazem lá no Legislativo, Executivo e no Judiciário.
Você é capaz de abrir a janela do seu carro quando para no farol vermelho?
Você fica parado em seu carro, em plena madrugada, esperando o semáforo abrir para prosseguir o seu caminho?
Você já foi conhecer a comunidade carente mais próxima a sua casa?
Você imagina ser possível viver neste país sem saúde, educação, moradia, saneamento, emprego?
Qual o seu nível de satisfação com a administração do seu país?
Alguma sugestão para melhorar isso?
Pois então, diante das minhas insatisfações fui lá me manifestar.
Se adianta protestar ou se isso vai mudar ou não algo, eu não sei.
Mas que independente disso eu quero manifestar a minha opinião sobre o que me agrada e o que não. Quero mostrar a minha insatisfação com esses fatos que estão ocorrendo. Acho que se a gente não fala o que a gente pensa/quer os outros nem sempre são capazes de adivinhar. Supor é uma coisa, ter certeza é outra. Entre as duas há uma grande diferença.
Sei que tem quem ri disso aqui. Fique a vontade!
Eu tambem quero sorrir e viver.
E, como dizia Fernando Pessoa:
“Tudo vale e pena se a alma não é pequena.”
Paty Z.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Só por hoje

Você gosta de ler sobre a vida dos outros?
Então vou lhe dizer:estou viciada na internet!
Tem tanto assunto...tanta gente...tanta música...poesia...notícia...blogs, sites, portais,...que foi me interessando e eu fui ficando.
Depois, foi a vez das horas. O tempo passou a voar tão rápido que eu mal podia perceber que a tarde já havia ido, depois a noite, e ultimamente já via o dia raiar.
Nada mais eu entendia. O texto que antes me interessava eu já não era capaz de assimilar.
A música que tocava uma vez já não me saciava por completo e eu precisava ouvi-la outra vez, e mais outra e outra. Até que chegou num ponto que já não conseguia mais distinguir o que era real e o que era fantasia. Lembrei logo do Matrix, mesmo sem ter assistido o primeiro filme porque não achei na Blockbuster/ Americanas, nem em outras locadoras do meu bairro para alugar! Também não quis baixar o filme, não acho justo. Bom, isso não importa, não é mesmo?
Não é hora de se falar em direitos...mas de vícios. Tem tanta coisa torta ultimamente...
O que importa é só o que este texto possa trazer de inútil sobre a vida de alguém anônimo que não faz nada de especial mas que vê muita coisa especial, nas pessoas, na arte, na música, na poesia, na literatura,...Fofocas a parte, não gosto muito delas. Aliás, elas até são capazes de me divertir vez em quando. O que não me diverte nem um pouco é a pessoa fofoqueira. Dessas maldosas que fazem de tudo para foder a sua vida. Dessa eu quero total distância.
É só a minha opinião. Respeito quem goste e, tanto respeito que até escrevo isso para quem se interesse em ler esse tipo de coisa. Mas... eu falava da internet. O dia ainda não amanheceu, ainda dá tempo de dormir um pouco. Respirar fundo. Quem sabe até sonhar. Um sonho bom que me ensine alguma mágica ou me distraia para que eu possa relaxar um pouco, descontrair, criar, sorrir. Como é possível sonhar junto se quando sonhamos, sonhamos só?
Só por esta madrugada eu vou me afastar.
Boa noite.

Obs.1 Esse termo “só por hoje” é sim ouvido nas reuniões dos “viciados anônimos em algo” ( drogas, chocolate, sexo, ...). Por exemplo, chocólatras anônimos e etc. E eu sou uma.
Já que ex-fumante não existe e já que eu não consigo sair daqui...fico só enrolando...
Obs.2 Outra coisa, não gostou do palavrão? Paciência! Estou no meu espaço e não encontrei outra palavra para melhor expressar a minha raiva.