segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

EM BUSCA DE RESPOSTA

Quando chega dezembro o sol brilha mais cedo, esquenta o asfalto paulistano, se enchem de carros as ruas.
Os shoppings ficam lotados de gente e de vendedores insistentes se acotovelando para se apossar de seu dinheiro.
Pessoas andam a passos rápidos nas calçadas, com o olhar atento ao chão.
Ninguém se olha. Nenhum sorriso.
Vejo cansaço na fisionomia das pessoas. Apatia.
O silêncio impera nos lábios. A estática nos atos.
A todo lado na calçada, gritam os ambulantes, implorando pelos trocados, para engordar suas ceias de Natal. Tem todo tipo de badulaque.
Do fútil ao inútil, encontra-se até o pirata.
Crianças sorridentes brincam nos parques ou pedem trocados nos faróis mas todas imploram por atenção.
São encantadoras, coloridas, multi-étnicas, carinhosas, falantes, espontâneas e criativas.
Cantam canções que ouvia quando menina. Recitam poemas que remetem à família. Jogam bola. Cuidam das bonecas. Andam de bicicleta ou simplesmente passeiam de mãos dadas com um adulto, admirando o vôo das borboletas, a água que jorra do chafariz no Ibirapuera.
Colhem as folhas secas que caem no chão, pelo balanço dos galhos que dançam, conforme o tom forte ou singelo da brisa que passeia durante as tardes de verão.
Tomam sorvetes, mexem na terra, apreciam o perfume das flores ou correm atrás dos passarinhos que voam rapidamente em direção ao céu azul e se escondem nas sombras das árvores robustas que enfeitam o jardim.
Sobem e descem nas gangorras em companhia de amigos, reais e imaginários, heróis e anti-heróis, mas sempre companheiros.
Caem e levantam na mesma rapidez. Choram com a mesma intensidade que sorriem.
Acreditam em Papai Noel. Sonham. Experimentam. Realizam. Aprendem. Crescem.

Quando deixa de ter sentido o Natal?

Perder a capacidade de sonhar é manter semente a flor que existe em nós.
É deixar de realizar aquilo que se deseja.
É preciso consciência de que a vida é uma só e recuperar a vontade de experimentar a vida, de acreditar na existência de coisas positivas, de se permitir viver intensamente e seguir em frente naquilo em que se acredita.
Os obstáculos são os adereços que movimentam o caminho.
A coragem nos acompanha na busca por nossos objetivos.
É preciso ter foco. Mas antes de tudo é necessário consciência de quem somos, onde estamos e para onde estamos indo com os nossos atos diários.
Nas crianças encontro muitas respostas, dentre elas o sentido do Natal.
Num dia ou noite, desde que seja FELIZ.

Um comentário:

Flávinho disse...

Lindo!
Um otimo Natal a todos vc´s!
Fiquem com Deus!