terça-feira, 14 de outubro de 2008

“Quantos empregos gera uma canção?”

Essa frase do Sylvio César (SOCIMPRO) ficou martelando na minha cuca desde o Seminário Internacional de Direito Autoral, na semana passada.
Realmente... quantas áreas profissionais se movimentam para realizar uma apresentação musical?
É preciso alugar um local para a execução musical, de técnico de som, engenheiro de som, iluminador, cenógrafo, segurança, motorista, faxineira, assessor de imprensa, hotel, camareira, produtor de evento, agência de viagem, companhia aérea ou rodoviária e assim vai! Fora os custos com equipamento de som, de luz, ingresso, publicidade em revistas, jornais, TVs e até na web. Isso para mostrar quanta gente se envolve para que o público possa se entreter. Quanto tempo e dinheiro se investe para que o resultado seja inesquecível!
Vou além. Para que se faça um show, tem de existir um trabalho já pronto e divulgado. Novamente nos deparamos com mais pessoas. A gravadora, a distribuidora, os intérpretes, mais assessoria de imprensa, o designer gráfico, o editor, o produtor musical...
Muita gente trabalha, se dedica para que o consumidor se divirta.
Todo mundo é remunerado. Mas normalmente se esquecem do principal: o AUTOR / COMPOSITOR. É ele quem CRIA a música, através de suas experiências, valores e sentimentos. A música que toca no rádio, na TV, na web. A música que toca VOCÊ.
É ele a pessoa a quem também devemos aprender a RESPEITAR e INCENTIVAR, apontando seu nome como RECONHECIMENTO pela criação da obra intelectual produzida. É JUSTO que o autor/compositor obtenha os benefícios morais e intelectuais que a ele pertencem, através da utilização e veiculação de suas criações.
Todo mundo trabalha e recebe por isso. Receber pelo trabalho também é uma forma de se sentir valorizado e de ser incentivado por aquilo que se faz.
Acho justo que o titular destas obras receba o reconhecimento MORAL e PATRIMONIAL pela criação nascida de seu espírito, de suas vivências, valores e sensações. Não é o que acontece. Tem emissora de TV e de rádio que se recusa a pagar os direitos do autor, embora lucre e muito com a inserção das obras deles em seus programas.
Há quem comente que isso é só um detalhe!
DEFENDER O AUTOR É DEFENDER A SOCIEDADE.
E eu vou repetir o pensamento do Dr. Hildebrando Pontes com o qual estou totalmente de acordo: “Sem autor inexiste obra, sem obra não existe herança cultural. Se neste país existe herança, por que o autor tem de dar sua obra de graça?”

Um comentário:

Unknown disse...

E é disso que é formado a industria musical, pelo menos na teoria... Até aprenderem a respeitar o autor / compositor da obra...

bye!
bjs!
Pamella